Sou o Que Sou

Autenticidade e espiritualidade em “Sou o Que Sou” de Raul Seixas

Em “Sou o Que Sou”, Raul Seixas reafirma sua postura de autenticidade e recusa em se submeter a padrões impostos. Logo no início, ao dizer “Sou o que sou / Sem mentiras pra mim”, ele deixa claro que não aceita viver de aparências ou negar sua própria essência. O verso “Se você quer chegar / Me aceite assim” reforça que qualquer relação só faz sentido quando há respeito pela individualidade, uma ideia recorrente na obra de Raul, como também aparece em “Metamorfose Ambulante”.

A música vai além do pessoal ao afirmar “Em qualquer homem você há de me ver”, sugerindo que a essência humana é compartilhada por todos, não sendo exclusiva do artista. Essa visão dialoga com o Bhagavad Gita, onde o “Eu sou” representa a presença do divino em tudo e todos. Raul também mistura elementos simples e nobres ao se definir como “fruto da terra / De ouro, de prata / Da lama do chão”, mostrando que a identidade é formada por diferentes experiências e origens. Por fim, o verso “Orgasmo do sonho / Da continuação” destaca a busca constante pela realização pessoal e a importância de viver de forma autêntica, celebrando a coragem de se mostrar ao mundo sem reservas.