
Aos Trancos e Barrancos
Raul Seixas
Crítica social e ironia em "Aos Trancos e Barrancos" de Raul Seixas
Em "Aos Trancos e Barrancos", Raul Seixas utiliza o samba de forma irônica para criticar o conformismo e a alienação social. Ao escolher um gênero musical tradicionalmente ligado à celebração e à vida cotidiana, Raul subverte expectativas e transforma a música em um comentário ácido sobre a sociedade brasileira, especialmente durante a ditadura militar. O trecho “Pra que pensar se eu tenho o que quero / Tenho a nega, o meu bolero, / A TV e o futebol” mostra como o entretenimento popular serve como distração, afastando as pessoas das questões políticas e sociais mais profundas. Nesse contexto, Raul sugere que muitos preferem se apegar a prazeres imediatos e superficiais, evitando enfrentar problemas maiores e mais complexos.
A expressão “aos trancos e barrancos” reforça a ideia de uma vida improvisada, cheia de tropeços e adaptações, sem planejamento ou reflexão. Isso se reflete na trajetória do personagem, que “morava no morro e agora moro no Leblon”, mostrando uma ascensão social que não elimina contradições ou traz realização verdadeira. As referências ao Rio de Janeiro, como o Leblon e o Aterro, situam a narrativa em um ambiente urbano marcado por contrastes sociais. O verso “E nem vejo meu enterro / Que vai passando no jornal” evidencia uma alienação tão profunda que até a própria morte pode passar despercebida, reforçando a crítica de Raul à apatia diante da vida e da sociedade.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



Comentários
Envie dúvidas, explicações e curiosidades sobre a letra
Faça parte dessa comunidade
Tire dúvidas sobre idiomas, interaja com outros fãs de Raul Seixas e vá além da letra da música.
Conheça o Letras AcademyConfira nosso guia de uso para deixar comentários.
Enviar para a central de dúvidas?
Dúvidas enviadas podem receber respostas de professores e alunos da plataforma.
Fixe este conteúdo com a aula: