
Quero Ir
Raul Seixas
Descoberta de pertença em “Quero Ir”, de Raul Seixas
O refrão insistente de “Quero Ir” não expressa só pressa; é fuga e recusa ao sufoco do lugar e do momento. Em 1971, o álbum “Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10” foi censurado e retirado das lojas, clima que ecoa nos versos “O sol daqui é pouco/O ar é quase nada/A rua não tem fim”, síntese de cansaço e claustrofobia. Há um corte explícito em “Seu pensar já era”: pode ser uma rejeição ao pensamento dominante e à caretice da época, ou o ponto final numa ideia ou relação que emperra a vida. A ideia central é direta e urgente: partir para respirar e romper com o que oprime, num estado de impaciência e desencaixe.
Quando surge “Eu volto prá Bahia/Ou para Cachoeiro de Itapemirim”, a letra aponta o retorno às origens de Raul Seixas (Bahia) e Sérgio Sampaio (Cachoeiro), conectando literalmente os autores à narrativa. Não é só geografia: é abrigo simbólico e manifesto de identidade contra a padronização do centro. A mistura de xote com rock reforça essa travessia — raiz e rebeldia no mesmo passo —, típica do projeto Kavernista, que cruzava estilos para provocar. No conjunto, “Quero Ir” combina saudade e insubordinação: sair para voltar a ser; voltar para seguir adiante.
O significado desta letra foi gerado automaticamente.



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