Vera Verinha

Romantismo leve e trocadilhos em “Vera Verinha” de Raul Seixas

“Vera Verinha”, de Raul Seixas, chama atenção pelo uso criativo do nome “Vera” em trocadilhos como “Vera Verinha, verás verás, que serás minha, sempre serás”. Essa brincadeira com as palavras traz leveza à música e mostra a influência da Jovem Guarda e dos Beatles no início da carreira de Raul, quando ele ainda explorava um estilo pop e romântico, mas já demonstrava sua habilidade com a língua portuguesa.

A letra é simples e afetuosa, funcionando como uma declaração de amor direta. Raul se dirige à “Vera menina” e pede que ela ouça a canção, criando um clima de proximidade e carinho. O verso “Azul no céu, verde no mar, somente a minha Vera verá” reforça a ideia de exclusividade do sentimento, relacionando o amor à beleza da natureza, mas sem perder a simplicidade. O uso repetido do nome “Vera” e dos verbos “ver” e “ser” dá musicalidade à canção, tornando-a marcante mesmo com poucos versos. “Vera Verinha” é um exemplo de como Raul Seixas conseguia unir romantismo, humor sutil e referências culturais em uma música acessível e envolvente.