Oxum Viva Oxum

A Celebração das Divindades Femininas na Umbanda

A música 'Oxum Viva Oxum' é uma celebração das divindades femininas na Umbanda, uma religião afro-brasileira que sincretiza elementos de várias tradições religiosas, incluindo o catolicismo, o espiritismo e as religiões africanas. A letra menciona várias orixás femininas, como Oxum, Iansã, Nanã e Iemanjá, cada uma com suas próprias características e domínios. Oxum, por exemplo, é a orixá das águas doces, do amor e da fertilidade, enquanto Iansã é associada aos ventos e tempestades, e Nanã é a senhora das águas paradas e dos pântanos. Iemanjá, por sua vez, é a rainha do mar, uma figura maternal e protetora.

A repetição do refrão 'Aruê, ê, ê, êeee / Aruê Mamãe é dona do mar' reforça a reverência e o respeito pela figura de Iemanjá, destacando sua importância como a mãe das águas e protetora dos pescadores e marinheiros. A palavra 'Aruê' é uma saudação tradicional usada em rituais de Umbanda, que expressa alegria e celebração. A música também menciona 'Mamãe Sereia', uma referência a Iemanjá, que é frequentemente representada como uma sereia nas tradições afro-brasileiras.

A letra também faz referência aos 'caboclinhos na areia', que são espíritos de índios brasileiros, conhecidos por sua sabedoria e conexão com a natureza. Eles são frequentemente invocados em rituais de Umbanda para trazer cura e proteção. A menção às 'ondas grandes' e ao desejo de ver 'as sereias cantar' evoca a beleza e o mistério do mar, um elemento central na cosmologia da Umbanda. A música, portanto, é uma rica tapeçaria de símbolos e referências culturais que celebram a diversidade e a profundidade da espiritualidade afro-brasileira.