Eu Tô Grandão

Superação e orgulho regional em “Eu Tô Grandão”

A música “Eu Tô Grandão”, de João Luiz Corrêa, destaca a superação das dificuldades financeiras como motivo de celebração coletiva, usando expressões típicas do Rio Grande do Sul para valorizar o orgulho das conquistas pessoais. O trecho “por muito tempo, comi feijão com farinha / e, até que enfim, a miudinha, do meu rancho foi, embora” mostra de forma clara a luta contra a pobreza e a alegria de finalmente superar a escassez, um tema recorrente na música gaúcha.

A letra enfatiza a resiliência do personagem, que mesmo quase “desacorçoado” (desanimado), não desistiu e conseguiu dar a volta por cima: “Mas, quando achei que já tava tudo perdido / a sorte me deu ouvido e, de novo, me levantei”. O refrão “Eu tô grandão, na carestia, dei um tombo / tô bem gordo e são de lombo, pronto pra qualquer peleia” utiliza metáforas regionais para expressar não só a melhora financeira, mas também a autoconfiança e a disposição para enfrentar novos desafios. Termos como “borracho” (embriagado) e “cordeona” (acordeão) reforçam o clima festivo e a identidade cultural gaúcha. Ao afirmar que “esbanja só o que é meu”, o personagem demonstra orgulho e autonomia, sem ressentimentos do passado. No final, a música celebra não apenas a vitória individual, mas também o desejo de compartilhar a alegria com todos, rejeitando qualquer tristeza: “é por isso que eu não quero ver ninguém de cara feia, chê”.