Samba-Enredo 2017 - Quem Nunca Sentiu o Corpo Arrepiar Ao Ver Esse Rio Passar...

A força do rio e da tradição em “Samba-Enredo 2017 - Quem Nunca Sentiu o Corpo Arrepiar Ao Ver Esse Rio Passar...”

O samba-enredo “Samba-Enredo 2017 - Quem Nunca Sentiu o Corpo Arrepiar Ao Ver Esse Rio Passar...” da G.R.E.S. Portela (RJ) utiliza a imagem do rio como símbolo central para celebrar a história da escola e a importância dos rios na formação da humanidade. O verso repetido “Quem nunca sentiu o corpo arrepiar ao ver esse rio passar?” vai além da referência aos rios naturais, expressando também a emoção coletiva de ver a Portela desfilar, conectando tradição, renovação e resistência.

O desfile de 2017 abordou desde mitos e lendas ribeirinhas até tragédias ambientais, como o desastre de Mariana. Isso aparece em versos como “A canoa vai chegar, na aldeia / Alumia meu caminho, candeia / Onde mora o mistério, tem sedução / Mitos e lendas do ribeirão”, mostrando como o samba-enredo une elementos históricos, culturais e ambientais. A letra exalta a identidade portelense, citando Oswaldo Cruz e Madureira, bairros de origem da escola, e a “família azul e branco”. O samba é tratado como religião, reforçando o papel sagrado da Portela: “Para mostrar que na Portela o samba é religião”. Expressões como “água de benzer, água pra clarear” e a menção a “mamãe, ora yê, yê, ô” trazem referências ao candomblé e à cultura afro-brasileira, associando o rio à purificação e ancestralidade. O convite “Vem conhecer esse amor / A levar coração através dos carnavais” reforça o tom acolhedor e festivo, enquanto a menção à “velha guarda” e aos “frutos da jaqueira” homenageia os fundadores e a história da escola. O samba-enredo, assim, se transforma em um hino de orgulho, resistência e renovação para a Portela.