Meu Colorista

Cinema e autoconhecimento em “Meu Colorista” da Supercombo

A música “Meu Colorista”, da Supercombo, usa referências ao cinema para abordar a sensação de alienação e a falta de controle sobre a própria vida. A letra faz um paralelo entre a rotina monótona e um filme sem cor, destacando como muitas pessoas acabam seguindo roteiros previsíveis. Expressões como “colore o frame, me derrama cor” e “me trata, desfoca as sombras” mostram o desejo de transformar uma existência sem graça em algo mais autêntico e vibrante, sugerindo que encontrar sentido passa por assumir o papel de protagonista e "colorista" da própria história. O verso “sem o diretor pedir pro editor tirar o filme” reforça a vontade de se libertar das imposições externas e viver de acordo com as próprias escolhas, sem depender do controle de terceiros.

A canção também critica a medicalização do cotidiano ao citar medicamentos como “Rivotril” e “Xanax”, mostrando como muitos recorrem a soluções químicas para lidar com a opressão diária, em vez de buscar mudanças reais de atitude. Ao dizer “demite toda essa produção e comece a viver”, a música propõe romper com o conformismo e abandonar o roteiro imposto, incentivando o ouvinte a assumir o controle da própria narrativa. O tom irônico aparece ao brincar com a ideia de “efeitos especiais” e superpoderes, sugerindo que a verdadeira transformação não depende de artifícios externos, mas de uma decisão interna de ser o "colorista" da própria vida.