A Lenda

Reflexões sobre escolhas e superação em “A Lenda”

Em “A Lenda”, Valete utiliza perguntas como “E se Bonaparte alcançasse a luz? E se Pilatos perdoasse Jesus?” para provocar uma reflexão sobre como decisões individuais podem transformar não só a história, mas também a vida de cada pessoa. Essas referências históricas não aparecem apenas como citações, mas servem para ilustrar o impacto das escolhas e a possibilidade de redenção, tanto em nível coletivo quanto pessoal. Ao relacionar essas figuras à sua própria trajetória, Valete sugere que todos carregam o peso das decisões e das consequências, reforçando o tema da luta interna por autenticidade e superação.

A dor pessoal do artista, especialmente a perda do pai, é expressa de forma direta em “Quero o meu pai de volta a esta dimensão / Quanto tempo dura uma ressurreição?”. Esse trecho mostra o impacto emocional dessa ausência e como ela influenciou sua arte. Valete também critica a superficialidade das relações e a busca por poder, como em “Rappers são mendigos, não tenho sucessores / Não tenho amigos nem inimigos, só tenho professores”, demonstrando sua postura de resistência e independência no cenário musical. Ao afirmar “Aqui na montanha eu faço a minha lei”, ele reforça sua posição de outsider, alguém que constrói seus próprios valores mesmo diante da dor e da solidão. Assim, a música se apresenta como um manifesto de resiliência, autenticidade e questionamento existencial, conectando história e experiência pessoal.