Fingir Que Não Dói

Dor e alienação em “Fingir Que Não Dói” da Vespas Mandarinas

“Fingir Que Não Dói”, da Vespas Mandarinas, aborda a alienação cotidiana e a busca por identidade diante das dificuldades da vida. A letra apresenta personagens que simbolizam diferentes formas de lidar com a dor e a frustração. Um ponto importante é o uso da expressão “aumentar o som” como metáfora para abafar sentimentos incômodos, mostrando como as pessoas tentam esconder o sofrimento. Esse tema se conecta ao videoclipe, que se passa em um bar de karaokê, onde cantar e se distrair funcionam como formas de escapar da dor interna.

A música traz figuras como a “menina pobre” que quer “vender a alma pra ter a vida e as coisas que não tem”, ilustrando o desejo de pertencer e ser reconhecida em uma sociedade desigual. Essa passagem evidencia a pressão social e a sensação de inadequação, levando à alienação. Já a personagem “Sininho pronta pra mudar o mundo” representa o idealismo que se choca com a realidade, enquanto o verso “precisa tanto de uma droga nova e de um lugar pra cair” aponta para a busca por alívio, seja por meio de substâncias ou de um refúgio emocional. O refrão “Nenhum de nós aqui nasceu pra herói” reforça que todos, em algum momento, recorrem a mecanismos de defesa para suportar a vida, e que fingir que não dói é uma estratégia comum para seguir em frente diante das dificuldades.