Só Poesia
Vespas Mandarinas
Às vezes me encontra num dia
Em meio ao revés da alegria
Me escolhe, me toma e me guia
Sem ela de que valeria?
Um pulsante som do estribilho
Um trem carreado no trilho
Um clarão vermelho em seu brilho
Uma casa cheia de chão vazio
E por ora sou um mendigo
E agora me lembra o perigo
Que é envelhecer sem abrigo
Sem ela eu não saberia
O que é amar sem querer nada
O que é varar uma madrugada (cantando)
Estar a beira de mil abismos
Lembrar como é queimar no frio
Está na luz que se apaga
Na minha pequena deitada em sono de paz
Na minha hora mais cara
É só poesia que está na luz que se apaga
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