O Samba É Meu Dom

Tradição e identidade no samba em “O Samba É Meu Dom”

"O Samba É Meu Dom", de Wilson das Neves, mostra como o samba vai além de um gênero musical para o artista: é parte fundamental de sua identidade e trajetória. A música destaca que o samba é uma herança viva, aprendida "ao compasso do meu coração" e transmitida em diferentes ambientes, como a quadra da escola de samba, o bar, o terreiro e a gafieira. Isso reforça o caráter coletivo do samba, que se aprende e compartilha em comunidade, não sendo apenas uma habilidade individual.

A letra faz questão de homenagear grandes nomes do samba, como Mário Reis, Vassourinha, Ataulfo Alves, Ismael Silva e Jamelão, mostrando a influência direta desses artistas na formação de Das Neves. O verso "No Império Serrano, a escola da minha paixão" liga a paixão pessoal do artista à sua escola de samba do coração, o Império Serrano, evidenciando a importância da tradição e do pertencimento. Ao citar esses mestres, Das Neves se coloca como parte de uma linhagem, valorizando o aprendizado contínuo e a gratidão aos antecessores.

O refrão "O samba é meu dom / É no samba que eu vivo / Do samba é que eu ganho o meu pão / E é no samba que eu quero morrer / De baqueta na mão" resume a entrega total do artista ao samba, tanto como profissão quanto como vocação. A menção à "baqueta na mão" faz referência à sua carreira de baterista, e o desejo de ser lembrado como alguém "de samba" reforça o orgulho de pertencer a essa tradição. Assim, a música se torna um manifesto de amor ao samba e à cultura popular brasileira.