Faça login para habilitar sua assinatura e dê adeus aos anúncios

Fazer login

Por que os Beatles se separaram? O que levou a banda ao fim

Confira todos os detalhes sobre o fim de uma das maiores bandas de todos os tempos, The Beatles, entre suposições e fatos noticiados.

Curiosidades · Por Ana Paula Marques

21 de Maio de 2024, às 12:00

No fatídico ano de 1970, uma pergunta se alastrou pelo mundo da música: por que os Beatles se separaram

O grupo de Liverpool, ícones incontestáveis da cultura pop, anunciou a dissolução da banda de forma quase repentina, deixando uma legião de fãs se questionando sobre os motivos por trás desse fim tão abrupto.

Ao longo dos anos, muitas razões foram apontadas para explicar o fim da maior banda de todos os tempos, como problemas financeiros, a morte de Brian Epstein – o hábil empresário dos Fab Four – e o impacto do relacionamento de John Lennon e Yoko Ono.

Divergências criativas, lutas pelo poder e a evolução dos impulsos artísticos de John, Paul, George e Ringo moldaram o caminho que levou à ruptura final. 

Continue lendo para explorar o labirinto de acontecimentos que levaram à separação dos Beatles!

Por que os Beatles se separaram?

O fim dos Beatles, em 1970, marcou a história da música de tal forma que ecoa até hoje. 

Durante meio século, Paul McCartney foi frequentemente apontado como o homem responsável por “separar os Beatles”, especialmente quando anunciou o lançamento de seu primeiro álbum solo.

Contudo, o fim da banda não pode ser explicado por um único fator. Uma teia de elementos se formou ao longo do tempo, desgastando os alicerces que sustentavam os Beatles. Confira!

Divergências criativas

Ao longo dos anos, cada integrante dos Fab Four desenvolveu seus próprios estilos musicais e visões artísticas, o que gerou tensões e conflitos dentro do grupo.

A banda passou por diversas fases distintas, do rock and roll até a experimentação psicodélica e o rock progressivo. Essa mudança constante nem sempre agradava a todos os membros, levando a debates e desentendimentos. 

Com o tempo, cada Beatle passou a compor e cantar mais músicas próprias, diminuindo a colaboração conjunta. 

Bom exemplo disso é a gravação do The White Album, em 1968. Cada membro gravou suas próprias canções com seus próprios músicos, com pouca colaboração entre si.

A inesperada morte de Brian Epstein

Para muitos beatlemaníacos, Brian Epstein poderia ser considerado um quinto Beatle, tamanha sua importância para o sucesso do grupo de Liverpool.

Desse modo, a inesperada morte do empresário deixou um vácuo de liderança que se revelou difícil de preencher. A ausência de sua orientação e proteção expôs ainda mais as fragilidades internas da banda.

Epstein morreu em 1967, em decorrência de uma overdose acidental. Após sua morte, os Beatles se tornaram mais autônomos, mas também menos disciplinados. 

As sessões de gravação se tornaram mais caóticas e menos produtivas, com os membros da banda se envolvendo em projetos individuais e se distanciando uns dos outros.

Crises financeiras na era Allen Klein

O empresário Allen Klein foi contratado após a morte de Brian Epstein e é considerado um dos responsáveis pelo agravamento das tensões e, consequentemente, para o fim dos Beatles.

Klein não tinha experiência na indústria da música, o que gerou desconfiança e frustração. Ele tomava decisões importantes sem consultar a banda e contribuiu para o sentimento de que não estava agindo no melhor interesse do grupo.

Ele negociou contratos desfavoráveis, fez investimentos ruins e se apropriou de uma parte significativa dos lucros, o que gerou ressentimento entre os músicos.

Cansados da má gestão de Klein e das disputas financeiras, os Beatles começaram a buscar autonomia em seus projetos solo. Isso levou a um distanciamento ainda maior entre eles.

O fator Yoko Ono

O relacionamento de John Lennon com Yoko Ono, iniciado em 1968, foi altamente midiatizado e frequentemente retratado como algo prejudicial à banda. 

A presença constante de Ono nas sessões de gravação e em eventos públicos gerou desconforto e ressentimento, alimentando a narrativa de que ela era a “culpada” pela separação.

Lennon passou por um período de grandes mudanças pessoais e profissionais, se interessando por novas ideias e filosofias. Aos poucos, se afastou dos outros Beatles e se tornou mais recluso. 

A influência de Yoko Ono, uma artista conceitual e avant-garde, na música de Lennon também gerou desagrado entre os outros membros, que sentiam que ela o estava desviando da identidade musical da banda.

Posteriormente, Paul, Ringo e George negaram que Yoko Ono tenha sido a principal responsável pela separação dos Beatles, destacando outros fatores que contribuíram para o fim do grupo.

O retiro na Índia

Em 1968, o grupo britânico participou de um retiro na Índia, mais especificamente no ashram do guru Maharishi Mahesh Yogi.

A experiência influenciou a criatividade dos músicos, especialmente de George e John. Músicas do The White Album e de trabalhos solo foram compostas durante ou após o retiro, como Dear Prudence, Blackbird e Sexy Sadie.

O retiro proporcionou aos artistas um período de reflexão e contato com novas ideias e filosofias. Eles exploraram a meditação transcendental, o vegetarianismo e outras práticas que impactaram sua visão de mundo.

Porém, com o passar do tempo, Ringo e Paul começaram a questionar os ensinamentos de Maharishi e o estilo de vida no ashram. Surgiu desconfiança e frustração, levando a um clima de tensão que acentuou as diferenças criativas e pessoais.

O projeto Let It Be

O projeto Let It Be, idealizado em 1969 e lançado no ano seguinte, foi um dos últimos trabalhos dos Beatles como banda. O álbum já revelava as tensões e o desgaste que marcariam o fim do grupo.

A produção marcou o retorno dos Beatles aos palcos após um hiato de três anos. A ideia era gravar um álbum ao vivo e um documentário.

As sessões de gravação foram marcadas por conflitos internos entre os Beatles, em meio a diferenças criativas, problemas pessoais e pressão da mídia. No mesmo ano, John Lennon anunciou que deixaria os Fab Four.

A saída de John Lennon

Em setembro de 1969, John Lennon avisou os colegas de banda que deixaria os Beatles. O anúncio oficial foi feito em abril de 1970. 

Lennon se sentia asfixiado pela falta de privacidade e por estar constantemente cercado por fãs e paparazzi. Ele também desconfiava das motivações de Klein e se sentia insatisfeito com a gestão dos negócios da banda.

O artista se casou com Yoko Ono, teve um filho, se envolveu com novas ideias e filosofias e se tornou mais engajado em ativismo social. 

Sem um de seus membros fundadores e principais compositores, a banda perdeu coesão para continuar.

A despedida agridoce com Abbey Road

O último álbum gravado pelos Beatles juntos foi Abbey Road, em 1969, embora tenha sido lançado antes de The White Album.

As sessões de gravação foram um período de ressurgimento criativo para a banda, após um ano marcado por tensões e conflitos internos. Eles exploraram novos sons e técnicas de gravação, resultando em clássicos como Come Together e Here Comes the Sun.

As faixas finais do disco, como The End e Her Majesty, foram gravadas individualmente, simbolizando o fim da era de colaboração entre os Beatles.

O que aconteceu após a separação dos Beatles?

Após a separação dos Beatles em 1970, cada membro da banda seguiu uma carreira solo de grande sucesso, explorando diferentes estilos musicais e expressando sua individualidade artística. Veja só!

Paul McCartney

O mais prolífico dos ex-Beatles lançou uma série de álbuns solo de sucesso, como McCartney (1970), Ram (1971) e Band on the Run (1973).

Tem uma carreira solo longa e aclamada, com hits como Maybe I’m Amazed e Live and Let Die. Continua em turnê (inclusive no Brasil, por quatro vezes nas últimas duas décadas) e gravando até a atualidade.

John Lennon

Lançou álbuns solo inovadores e aclamados pela crítica, como Plastic Ono Band (1970), Imagine (1971) e Double Fantasy (1980), explorando do rock até a balada e a música experimental.

Se tornou um ícone pacifista e ativista social até ser brutalmente assassinado em 1980, em frente ao prédio em que morava em Nova York, deixando um legado musical inestimável.

Ringo Starr

O baterista dos Beatles tem em sua discografia pós-banda alguns álbuns solo de sucesso, como Beaucoups of Blues (1970) e Ringo the Wonderdog (1981).

O músico continua em turnê e gravando até hoje, aos 82 anos, sendo um dos últimos membros vivos da banda.

George Harrison

O lendário guitarrista dos Beatles lançou álbuns solo aclamados, como All Things Must Pass (1970) e Cloud Nine (1987), após o fim da banda. Seguiu explorando a música indiana e foi consagrado como um músico talentoso e versátil.

George Harrison morreu em 2001, vítima de câncer. Ele teve um álbum lançado postumamente, Brainwashed (2002).

Relembre as melhores músicas da banda

Não é por que os Beatles se separaram que você precisa ficar apenas na saudade! Que tal relembrar as melhores músicas dos Beatles? Solta o som na playlist, que traz sucessos como Hey Jude, Yesterday e muitos outros, de diferentes fases da carreira!