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A Rua Sabe

Síntese

Letra

    Será que tem que ter um Judas cada vez que surge um Cristo?

    Levo no peito minhas marcas e meus marcos
    Os tombo que levo e a pinga que carco
    Se o ego afronta, fecha minha conta
    Soma as consequência que eu arco
    Íris de água, trombeta de fogo
    Corpo de lama na fé desse salto
    Com quantas linhas constroem o futuro?
    Olho ao redor e ninguém tá seguro
    Na era volátil eu perduro
    É o que difere o profeta e o poeta maduro
    Perdi o meu medo da chuva
    Vendo a luz que gargalha do medo do escuro
    É culto a tudo que é puro
    A fé vai mover pra não ter que te dizer eu juro
    Obscuro da mente
    Surgem os monstros
    Não durmo, não domo
    São feras aos montes
    Se enfrente ou se esconde
    Finja o que sente
    Se não é vigiado igual fazem com a gente
    Na quarta câmara, são trinta e seis
    Lembro do céu eram três, eram negros
    Supra-consciência aflorando na tês
    Só observando o ego dos gregos
    Talhado na calma de salmos
    Quitando meu saldo com o espírito
    Tiques, espasmos
    Olhos pasmados
    Chuva de raios no seu tom satírico
    O erguer de todo império é empírico
    Sem forma pronta pra achar o que procuro
    Uma série de perdas
    Me fez largar o sertão pra vim rasgar as veredas
    Contra a força que mata meu sangue
    Contra essa farsa e adestra as esquerdas

    Verdade não torce
    A rua sabe
    Garganta só tosse
    A rua sabe
    Se é doce ou se é pó
    Se é pose ou se é posse
    A rua sabe
    A rua sabe
    Verdade não torce
    A rua sabe
    Crack ou psicose
    A rua sabe
    Só quem mediu o seu vazio
    Mede o tamanho da dose
    A rua sabe

    Maior que o seu naipe
    Maior que seu hype
    Sem beat type
    Tipo ninguém
    Nem Adidas, nem Nike
    Nem comunista, nem rico
    Coringa
    Quero ver quem
    Não é counter strike
    Não é skunk no pipe
    É o baque na mente
    É o demônio de fraque
    Piano de cauda celebra a agonia
    Conheço os fetiches dessa tirania
    Subi levitando pintei meu vitral
    Por isso há quem diga
    Eu pulei uns degrau
    A arte proibida, o quadro proibido
    Seu sétimo sentido inibido, legal
    Fica com a condecoração
    Quem vem da onde eu vim
    Num faz muita questão
    Missão
    Kamikaze não chama de aposta
    É o ano, a colheita com as cartas expostas
    Não vá pela malice
    Ser grato é pros fortes
    O universo gritando: Cale-se
    Nada se move sozinho
    Nem pode negar a verdade se bebeu do cálice
    Córnea que gira
    Corpo invisível
    A matéria experimenta o impossível
    Os verme impostor me quer fora da mesa
    Pro valor do jogo ir descendo de nível
    É Neto no prédio, Convoque seu Judas
    Me sela com um beijo o ultimato do plano
    Cruzo desertos, me lavo me sujo
    Morro e ressurjo há mais de dez mil anos
    De todos os níveis
    De todos os campos
    De todas as esferas
    De todos os âmbitos
    Gelo do inverno ao fogo do inferno
    Um fio de prata ligado ao seu âmago
    Eu me edifiquei receptáculo
    De surto em surto no tabernáculo
    Bem vindo ao show
    Primeiro ato
    Bem vindo à vida
    Nosso espetáculo
    Labirinto de espelho o aparelho eu governo
    Do leite materno ao tapa paterno
    Eu atesto, meça seu gesto
    Que todo tempo é eterno

    Verdade não torce
    A rua sabe
    Quem fica, quem foge
    A rua sabe
    Se é fato ou se forja
    Arrasta uma corja
    A rua sabe
    A rua sabe
    Verdade não torce
    A rua sabe
    Se é fé ou se é sorte
    A rua sabe
    Só quem naufragou nesse rio
    Sente o peso da morte


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